domingo, 23 de julho de 2017

A trilogia das cores, de Krzysztof Kieslowski





"Relendo a lista dos filmes que o blog se propõe a abordar, me deparei com a Trilogia das Cores (“A liberdade é azul”, “A igualdade é branca” e a “A fraternidade é vermelha”), do polonês Krzysztof Kieslowski, e pensei que precisava ter aqueles filmes em casa. Comprei o box semana passada.

As três cores são uma referência à bandeira francesa e o projeto surgiu em 1989, em comemoração ao bicentenário da Revolução Francesa. Quando se pensa numa trilogia inspirada em tal marco histórico, alguns logo imaginam que os filmes abordam as grandes questões da revolução, sob o ponto de vista coletivo. Porém, Kieslowski optou por tratá-las sob a perspectiva do indivíduo, mostrando como são utópicas as idéias de liberdade, igualdade e fraternidade nos dias de hoje.

O primeiro filme conta a história de Julie (Juliette Binoche), que perdeu o marido e a filha num acidente de carro e faz de tudo para tentar libertar-se do passado.

O segundo é sobre a vingança de um marido abandonado pela mulher e o terceiro sobre a relação de uma modelo com um juiz.

Originalmente, os filmes não carregam as palavras liberdade, igualdade e fraternidade, como bem observou a estudiosa da obra de Kieslowski, Andrea França, nos extras dos DVDs. Eles são simplesmente “Trois couleurs: bleu”, “Trois couleurs: blanc” e “Trois couleurs: rouge”. A explicação, para ela, é simples: os três conceitos são abordados nos três filmes. Nos extras, é possível encontrar também uma entrevista com o diretor e algumas considerações que faz sobre determinadas cenas. Nos de “Bleu”, ele explica detalhadamente a cena em que Julie está num café e há um close de cinco segundos e meio em que ela mergulha um torrão de açúcar num cafezinho: “Quis mostrar o universo da personagem, o quanto nada que a cerca a interessa”. Kieslowski, logo depois do lançamento de “A fraternidade…”, anunciou que se aposentaria e morreu dois anos depois, precocemente, em 1996."

Texto extraído do do blog O clube do livro, da autoria de Adriana Barsotti e Nathalia Jordão


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